17 de setembro de 2010

Católica de Mudança: Lar Doce Lar!

Hey, internauta!...

Depois de ler Meditando com Pecadores e Pecadoras do Evangelho,
resolvi apreciar a vista: ônibus vazios de gente e caminhões cheios de terra!...

Se você ficar uns diazinhos sem ouvir nada de mim, saiba que estarei empacotando e desempacotando pertences. Tô de mudança. Tô saindo de uma vista que dá para um coqueiro (ou palmeira, nunca sei ao certo), com a Serra do Curral ao fundo, para uma que dá para uma gameleira centenária, com a mesma Serra do Curral ao fundo. Deus é Dez! Eu não queria me mudar, pra não perder o meu belo panorama...

... E eis que o apartamento que o Farney encontrou mantém (quase) a mesma paisagem só que, em frente, em vez do tal "coqueiro", teremos uma gameleira. O dicionário a define como "Árvore resinosa do Brasil". Legal. No mês da Pátria, ganhei de Deus uma vista para uma árvore tipicamente brasileira!!

Coisa de "poeta", de "romântico": não querer sair de um lugar só para não perder o cenário!!... Hahaha

Enquanto esperava a faxineira - seu nome é Marilene - dar aquela geral no novo apê, comecei a ler um livro que adquiri nesta semana: Meditando com Pecadores e Pecadoras do Evangelho (Paulus, 2003). Estou adorando!! O autor, José Bortolini, já cativou o meu interesse logo na Introdução. Espie só:

Há alguns anos, pensava desfrutar da forma mais inusitada o dia em que soubesse da morte de alguns inimigos. Por delicadeza, poupo o leitor dos detalhes disso. Hoje, porém, já não penso assim. A morte de meus inimigos é, de alguma forma, minha própria morte. Algo de mim morre com eles. Alegrar-me com isso? Claro que não. Até ensaiei algumas palavras (...):

- Meu desastrado inimigo. Com você morre algo de mim. Na verdade, tínhamos muitas coisas em comum, além da inimizade. Tínhamos praticamente os mesmos defeitos e pecados. Talvez por isso nos odiássemos fraternalmente. Tenho compaixão de você, e quero que você tenha de mim. Éramos parecidos em tudo, sobretudo nos defeitos. Só que eu jogava pedras no seu telhado, para que não jogassem no meu. E você agia comigo da mesma forma que eu agia com você. Também nisso éramos muito parecidos...

... Agora você foi e certamente enxerga melhor do que eu. Esperei por esse dia, prometi divertir-me, mas hoje não me sinto feliz. Preferia estar chorando sua perda a sentir essa sensação estranha de estar indo embora com você...

Diferente, não? Iniciar um livro dessa forma!... Já li o 1º Capítulo: Meditando com Mateus, o Cobrador de Impostos. Muito bom. E já comecei o 2º: Meditando com a "Pecadora" - sobre a mulher que ungiu, beijou e enxugou os pés de Jesus com seus próprios cabelos. Leitura leve (o livro é fininho) e tão informativa. Esse tipo de análise nos ajuda a apreciar ainda mais a Bíblia. Mais e melhor.

Saio das páginas desse agradável livro e miro em volta de mim caixas de papelão (Cuidado: FRÁGIL!), sacolas e mais sacolas e o que restou do plástico de bolhinhas, que minha mãe e o Farney compraram para embalar taças de cristal e objetos afins. É: a vida, às vezes, me parece um mar...

... Sabe quando você tá no mar, curtindo o gingado sossegado daquelas ondas mansinhas e, de repente, nota que a correnteza o levou para beeem longe do quiosque onde estava? Você foi "arrastado" pelas águas sem perceber! Pois então: penso que, às vezes, a vida é exatamente assim: uma correnteza que vai nos arrastando, meio que nos forçando a ir para outros rumos que, se dependesse da nossa vontade, não tomaríamos.

E eis-me aqui: a correnteza me arrastou para longe do "coqueiro", para bem perto, bem em frente à gameleira.

Durante a faxina da Marilene, eu também fiquei da janela contemplando o trânsito frenético, os grandes ônibus azuis vazios de gente, os caminhões cheios de terra, o céu com um tom meio cinza cor de chumbo desbotado... Queria saber por que corremos tanto, se - no frigir dos ovos - acabamos estando onde deveríamos estar mesmo. Devagar ou depressa, a gente sempre chega aonde deveria chegar.

E eu cheguei ao final deste Post.

Obrigada pela sua companhia! Como dizemos aqui em Minas: Inté!


Imagem: Early Morning (1858), Moritz Von Schwind - FONTE: The Yorck Project: 10.000 Meisterwerke der Malerei

~Ana Paula~A Católica
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